COLUNA TEMPO & PALAVRA “POR QUE NÃO SOMOS MAIORES”?

em Cidade/Destaques por

Acompanhei as várias leituras, depoimentos sobre o dia 31 de março passado quando transcorreram 55 anos da deposição do Presidente João Goulart.
Para mim, serviu para elaborar uma revisão crítica do que veio a seguir na nossa história republicana. Posteriormente, com a abertura democrática o governo Sarney lutou com uma inflação galopante. O país passou pelo governo Collor que preocupou com a abertura externa da economia, chegando a comparar os nossos automóveis como carroças. O governo de Itamar Franco foi exitoso. Valeu pela construção do Plano Real. A partir de 1994, enfatizou-se o discurso neoliberal. O Brasil experimentou a ideologia da direita, de esquerda do lulo-petismo de 2001 a 2016.
Depois de tanta experiência, cabe a pergunta mais óbvia que podemos pronunciar: por que não somos maiores?
O tempo perdido e a distância da recuperação se contam por milhões e até bilhões.
Milhões de analfabetos adultos. Milhões de crianças ainda sem escolas. Milhões de jovens sem ensino secundário; Milhões de moços sem profissão técnica; centenas de milhares de outros espremidos às portas das faculdades; centenas de milhares de engenheiros-especialistas faltando nas fábricas, laboratórios, usinas. São números imensos. Além da violência urbana que está astronômica.
Mas o Brasil é maior que todos esses algarismos. De 1994 para cá, com a tão propalada social-democracia e com o lulo-petismo, os problemas se amontoaram como uma cordilheira.
E é essa cordilheira que deve ser tomada corajosamente pelos brasileiros conscientes para o alpinismo cívico.
Estamos contemplando estatísticas de pavor. Como podemos nos preparar para o futuro?
Se houvesse a coragem de permitir, como nos países livres, que a eletricidade, marinha mercante e ferrovias fossem negócios particulares, pelos quais pagariam impostos ao país, os déficits não seriam astronômicos e teríamos bons serviços prestados.
Por que não somos maiores?
Os sebentos socialistas ou comunistas do Brasil diriam logo: por causa dos exploradores nacionais e estrangeiros. Os liberais não se declaram porque receiam de não angariar voto. A razão está no homem sim. Mas não no humilde. Mas
no homem contemporâneo. Nas gerações que estão vivendo. Tudo, tudo está lá dentro dos Poderes da República. Tornamo-nos o país da improvisação. Do mais ou menos.
No final do século XX as contradições das políticas neoliberais foram profundas e criaram um novo tipo de sociedade com a fragmentação das instituições sociais e a degradação da política, no contexto da terceira Revolução Industrial geradora do desemprego estrutural pela mudança do paradigma taylorista/fordista, produzindo na realidade brasileira contingente enorme de pessoas sem a qualificação para as novas exigências. A questão do desemprego veio para ficar. Por isso, a tarefa de reconstrução social e do Estado brasileiro que se tem pela frente é imensa. E o mundo já está trabalhando com vistas à quarta Revolução Tecnológica. E nenhum órgão do governo federal tem pensado na demografia no Brasil. Vejamos, apenas, nesse contexto, por exemplo, o caso do Estado de Minas, o estado minerador, que restou!
Por isso, a sociedade como um todo deveria estar se perguntando: por que não somos maiores?

Antonio Carlos de Albuquerque

Deixe um comentário

Your email address will not be published.

*