Acompanhei pela TV Senado, no último dia dois de fevereiro, a abertura dos trabalhos do Congresso Nacional. Prestei atenção na leitura da mensagem do Poder Executivo. E após li o texto original postado na internet. Sem dúvida, o documento traz uma análise criteriosa dos acontecimentos no Brasil nos últimos vinte anos. O texto inicia fazendo referência à desconstrução do Estado Nacional, ao assalto ao Erário principalmente para servir a ditaduras.
Mas aborda com muita precisão as questões principais nas relações externas, na violência urbana, na segurança pública, na educação para soerguimento do Estado Nacional. Estados e Municípios estão falidos.
A escolha do presidente do Congresso Nacional foi antecedida por comportamentos tenebrosos, o que revela que há entre os políticos aqueles que almejam a mudança necessária e os que lutam para manter a oligarquia sempre defendida pelos corruptos e dos que tiram proveitos pessoais.
Creio então, a partir dessas manifestações, tecer as ideias do nosso artigo para o Carandaionline.
A missão maior da política é garantida pela própria criação do homem e se configura na possibilidade de mudança radical no destino da humanidade, na leitura de Hanna Arendt. Se a política se vincula à coletividade e, se o coletivo decorre de uma autoridade normativa, a obediência à LEI é fundamento da Política.
A Ética, outro ponto nos debates, acaba sendo as opiniões que os indivíduos vão fundamentar a vida coletiva. A base normativa garantindo o espaço coletivo, no Brasil, acaba nomeando um jogo perverso no campo dos direitos e os conceitos de política e ética acabam por se confrontar. Na nossa realidade, a LEI é entendida como uma construção para o meu vizinho e nunca para mim; para o governando, nunca para o governante. Desse relativismo entre política, espaço público e o império da lei, política e ética podem se transformar em conceitos sobrepostos, como que um nada tivesse a ver com o outro.
Eis aí a banalização da ação política no Brasil. O que é a res publica? Como recuperar, então, a dimensão que a política tem com a existência humana?
A corrupção não se relaciona com a conduta republicana. A meu ver a corrupção fala direto com o próprio projeto político; a corrupção diz da própria pessoa.
A luta contra os representantes desonestos, no seu sentido positivo, decorrerá da cultura da legalidade como fundamento da renovação da sociedade e pela consciência da solidariedade – enquanto cimento da nova construção social – pois a lógica “partidocrática”, posto serem os partidos políticos arranjos artificiais, ela não vem se interessando por uma alma ética.
O projeto anticrime elaborado pelo Ministro Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública, foi muito bem concebido e já começa a ser discutido entre os agentes políticos.
A luta promete ser dura. Mas o governo federal está no rumo certo. Aguardemos tempos mais promissores de paz e progresso.
Antonio Carlos de Albuquerque
E issoaí “Tonico”.
Você encanta com esta sua inteligência mas não surpreende.
Um abraço