COLUNA ” TEMPO E PALAVRA”, ANTÔNIO CARLOS DE ALBUQUERQUE

em Cidade/Destaques por

 

 

 

 

MENSAGEM NO DIA SETE DE SETEMBRO

Minha primeira mensagem no site CARANDAIONLINE coincide com o dia sete de setembro. Enquanto vem chegando as flores, sumiu-se no horizonte a fumaça do Decreto da Independência do Brasil assinado por uma mulher. O Decreto e o Museu Nacional tornaram-se um braseiro. A UFRJ era gestora do Museu e, portanto, responsável. Por mais que se discute a causa, todo aquele acervo histórico não volta mais. Como a Taça Jules Rimet que o Brasil a mereceu em 1970 pelo tricampeonato mundial. Foi surrupiada. E ela no seu original, de ouro maciço, não existe para a história do desporto nacional. O País fez jus e não a possui.

Mas, ele chegou. Dizendo-se o porta-voz da paz e do amor. Utilizando de uma linguagem para as camadas populares com sentido híbrido no qual o conteúdo sério e a comicidade se misturavam, possibilitou o discurso oficial desvelar-se ou desnudar-se, identificando-se com o do personagem Odorico Paraguaçu, prefeito de Sucupira, reconhecido e tido como o bem amado.

Assumiu a orientação populista, com sorriso persuasivo, não se preocupando em ser sequer discreto.

Para os críticos, o discurso legítimo do campo político era outro. Entrevistas ficaram famosas, às vezes cômicas. A travessia do sério ao ridículo foi tornando-se muito tênue. No discurso oficial, assume a questão da mudança e do progresso de modo retumbante.

Dizia nas audiências: “as pessoas têm o direito de tomar o café da manhã, almoçar, tomar o café da tarde e de jantar”. Tal qual Odorico: “O futuro de todos nós é o campo-santo. É preciso garantir o depois-de-amanhã para ter paz e tranqüilidade no agora.

Os escândalos de corrupção tornaram-se intensos. O rombo nas contas públicas passou a ser imensurável. Flutuando nos verdes mares singrou o submarino “porta-bilhões”. A inclusão social, a retirada das pessoas da linha da pobreza absoluta, não passou de uma bazófia. O erário público evaporou. Os estados federados e os municípios estão sem condições de saldar os seus compromissos. O Estado nacional está respirando com dificuldade. Cópia fiel de Odorico.

As obras, as promessas da sucessora, se encaixaram em uma moldura toda feita sob o signo do desespero e do hilário, tudo promovendo para a garantia no poder.

Há que se chegar ao ridículo ponto de ser discutida a criação de uma lei entre os que reconhecem o discurso da manipulação e outra para elucidar a classe dos socialistas sebentos que ignoram o discurso falso ou dissimulado?

Perplexos, somos todos. O país se submete impiedosamente a outra experiência sem precedente histórico para possibilitar identificar na sociedade brasileira um sistema político que não passa de uma farsa sócio-política-patológica, no dizer de Dias Gomes, autor da novela, que pertenceu a Academia Brasileira de Letras.

Até quando? Mas a luta tem que continuar pela esperança em melhores dias e pelo futuro das novas gerações.

Deixe um comentário

Your email address will not be published.

*