COLUNA ” PAPO DE MÚSICO”…. Música ou doce-de-água?

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Diz que o sorvete foi inventado na China, onde hoje só não se faz o sol, a terra, a água e o ar porque Deus fez primeiro e registrou patente. Era, o sorvete e não o sol, a terra e etc, uma mistura de neve com suco de frutas. Marco Polo, o inventor do pacote de viagens, regalou-se ao ponto máximo da satisfação ao provar da iguaria, irritou a garganta e os intestinos, e assim foi obrigado a desfazer-se da dupla de arrocha Marco Polo & Marcos Paulo que tinha contrato para uma nefasta turnê onde espalhariam a imundície musical pelo Oriente.

Hoje em dia o sorvete popularizou-se. Existem os nobres de preços proibitivos e os genéricos; mas todos ainda desfrutam do status de fina e requintada guloseima. Mas na minha infância, tempo das vacas magras que ameaçam voltar, tudo era mais difícil; e pela necessidade, usando de minhas habilidades culinárias, criei o econômico doce-de-água que cabia no orçamento da família. Basicamente esse era uma mistura de água com generosa porção de açúcar que, postos a ferver e derramados na pia, faziam a alegria de quem pouco doce comia na vida.

Pergunta-se: o que tem o sorvete, Marco Polo e o Doce-de-Água a fazer nesta coluna disposta a trazer um “papo de músico”? Nada. Assim como os sucessos aguados que hoje ouvimos no rádio, na TV, na rua, na chuva e na fazenda também em nada representam a Música. A ladainha musical aceita como sucesso do mundo moderno não precisa ser um doce bem feito com capricho e técnica, uma vez que serve apenas ao entretenimento. Basta aos ouvidos da modernidade um doce-de-água lustroso, um engasga-gato, engana-bobo açucarado, embalado, rotulado, carimbado e apresentado por uma boa publicidade.

Por: Nilson Teodorico

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